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segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

O pesadelo de Walt Disney


A vida anda dura. Acredito que não só você, caro leitor, mas todos hão de concordar. Sabe aqueles momentos da vida em que se vende o almoço para comer a janta? Ou literalmente você furta o seu porquinho para a grana do busão?


Pois é, não que agora eu esteja sem dívidas ou como maluca rasgando notas de cem, mas preciso confessar que há menos de um ano a coisa estava mais feia e passei por um dos episódios mais doloridos, doloridos mesmo, não dolorosos, da minha vida.

Tudo começou em um dia chuvoso de sábado em que os funcionários da escola em que trabalho são livre, leve e obrigatoriamente convidados a trabalhar voluntariamente em trajes típicos, com dentes pintados de preto, chapéus caipiras e com botas de caubói, de preferência de bico quadrado, salto alto e que acabem com a saúde de pés cansados e originem o fenômeno das pernas varizentas.


Dez horas de animação (han?) depois, a pobretona que vos fala (escreve) tinha um novo compromisso a honrar, para livrar a pizza do sabadão.

Uma festa de aniversário deveria ser animada pela “Minnie” aqui; somente por uma hora e meia e estaria salva, colocaria meus pezinhos calejados e repletos de bolhas recentes em uma bela bacia de água quente. Mas, amigo leitor, minha vida não é assim tão fácil, e a Lei de Murphy definitivamente tinha me escolhido.


Após pegar uma carona com a professora que ia para a mesma direção da festa ( me achando por economizar) e, de muito andar debaixo de chuva, cheguei à casa em que iria trabalhar por uma hora e meia a-p-e-n-a-s, mas... a festa estava atrasada e tive que fingir bom humor, afinal, que mãe colocaria seu bebê nas mãos da Minnie Homicida? E, como desgraça pouca é bobagem, aquele sapatinho vermelho-fofo-envernizado que a filha da puta da ratazana usa veio para mim em saltos dignos de Gisele Bündchen e com dois números menores que os meus pés usam normalmente. O detalhe é que os pobrezinhos estavam tão inchados que até o sapato do Bozo ainda seria capaz de machucar.


Consigo perceber que trabalho demais não enobrece porra nenhuma, muito menos enriquece o pobre coitado que se esfola na labuta. Como provar? Simples. Com a experiência de quem trabalhou seguidamente por mais de 12 horas e, pelos contratempos do destino, após receber o fantástico cachê de 70 reais, fui obrigada a deixar todos os 50 mangos da pizza para a paga do taxista, afinal a festa acabou pra lá da meia-noite e pobre não tem direito a ônibus depois da zero hora.

Thaís Renata de Lima 22/10/09

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